
O que tinha acontecido eu não fazia a mínima idéia. Era um quarto escuro, eu não conseguia enxergar um palmo a minha frente. Meus pulsos estavam presos em uma algema, e esta estava presa à uma cadeira chumbada ao chão. Eu podia sentir o gosto de sangue na minha boca. Minha perna formigava levemente, o que me levava a crer que ali havia um corte. Meu braço, eu podia ver, estava quebrado. Minha cabeça doía muito, era difícil ter qualquer pensamento. Eu sabia muito bem o que tinha feito para conseguir todos esses machucados. Mas eu não tenho culpa, é uma doença, eu preciso ser tratado. Pedofilia. Eu realmente preciso de alguém que me ajude, eu quero ser curado, não preciso de alguém que me mate, que me cause mais dor. Talvez isso pareça irônico, por eu ter causado dor, sofrimento e angústia a várias crianças, mas quando isso acontecia, eu estava fora de mim, eu nem me lembro claramente. Acho que um demônio me possuía. Talvez esse seja o fim mais ideal para mim. Só me resta aceitar a dor.
E ali eu esperava a minha pena de morte.
E ali eu esperava a minha pena de morte.
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