— Eu te amo.
— Também te amo.
Folhas amareladas pela ação da mudança de estação caíam numa sincronia, como se bailassem para o céu contemplar-lhes. A atuação da brisa de outono estava saindo como a natureza planejara, a fim de manter a chama do amor acesa na pequena caixinha no peito daqueles dois grandes amantes.
Os passos marcavam a neve, enquanto a mesma penetrava no coração da garota apaixonada, porém com problemas. Problemas que somente a lua conhece, pois foi a única que compartilhou as noites afogadas
Hoje ele não usara as drogas, ainda. Precisava aproveitar que o sol nem havia nascido ainda e ele provavelmente estaria dormindo, para dar-lhe a notícia do término do namoro. Ela odiava admitir, mas sua mãe estava certa. Ele não tem conserto. Ele não quer ajuda. Mas ela quer ser feliz, e irá. Ela entrou em seu apartamento – a chave estava sob o extintor no corredor, esconderijo que ele usava desde que fora morar ali.
— Dan? Bom dia...
— Oi meu amor! Que bom acordar e ver teu rosto.
— Mas hoje será o último dia. – Ela tentava esconder toda a tristeza de seu coração quebrado.
— O quê? Você está terminando comigo? - Dan sentou-se rápido, dava para ver em seus olhos que ele não acreditava no que estava ouvindo.
— Sim...
— Eu te amo! – Sussurrou ele.
— Eu também te amei, infelizmente. – Ele realmente acreditara na frieza em que ela depositara nas palavras.
Ele abaixou os olhos, e chorou silenciosamente, enquanto ela segurava o choro e descia as escadas, sabendo que ele realmente a amava.
Os dias foram novamente invadidos pelo amarelo. Dan caminhava em direção ao trabalho, porém seu caminho foi interrompido. Não, não era a abstinência mais uma vez... decidira largar de uma vez as drogas, antes que perdesse algo mais que fosse importante para ele. Não tanto quanto Samantha, porém ainda importante. Aliás, ele parou em frente a cafeteria e ficou a observando enquanto ela tomava café, enquanto uma lágrima escorria por suas bochechas, escrevendo em sua face a palavra ‘saudade’.
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