— Posso sentar-me?
— O bar não é meu, a cadeira não é minha. Faça o que quiser.
Ele puxou uma cadeira e sentou-se, observando-a atentamente.
— Complicado, não é?
— O quê?
— Esse tal de amor.
— Não sei.
— Não sabe?
— É.
— Se eu fosse o cara que você gosta, não te deixaria derrubar lágrimas.
— O amor não faz mais parte da minha vida. E você nem me conhece.
— Não preciso conhecer para perceber que você está sofrendo.
— Você também sofre?
— Não sei.
— Não sabe?
— É.
Ela revirou os olhos ironicamente.
— Agora a pouco conheci uma garota que, creio eu, está sofrendo mais do que eu. Mas ela é forte, e eu gosto quando ela segura minha mão.
— Ela nem tocou
— Mas
Ele sorriu, levantou-se, e sumiu em meio a multidão que assistia a um show qualquer. A garota abaixou a cabeça e seus olhos se encheram de lágrimas novamente assim que a banda começou a tocar uma música romântica.
— Me concede uma dança? Seria uma honra dançar com a senhorita.
Seus olhos úmidos encontraram novamente o sorriso que vira a pouco, só que desta vez havia uma mão estendida em sua direção, esperando pela sua.
— Claro.
Ela sorriu.
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