A pequena criança parou abruptamente de correr ao se deparar com a pior cena que vira em sua (curta) vida, levou a mão à boca, enquanto seus olhos pareciam que iam pular de sua face. Minutos antes, ela corria livremente pelo campo florido, sorrindo para o céu azul, e não se preocupava com absolutamente nada — como é normal de uma criança. Mas ao chegar ao topo daquela colina, chegara (sem saber) no cemitério das estrelas. As flores fantasmas cobriam os corpos dilacerados pelo suicídio da felicidade. A leve brisa de primavera fazia com que asas quebradas balançassem calmamente, esmagando algumas daquelas flores cinza. Algo brilhou intensamente assim que ela começou a dar um passo para trás, boquiaberta com a situação em que se encontrava, fazendo com que ela fechasse seus doces olhos verdes rapidamente, num reflexo involuntário de proteção (ao coração). Assim que recuperara a calma, decidiu abrir lentamente seus olhos, e assim que o fez, percebera que estava pisando em cima de algo brilhante de uma cor que não existia na terra. Sua mão ardeu por um momento ao tocar naquele objeto, e, analisando-o um pouco melhor, descobriu que se tratava de uma auréola, mas ela estava quebrada. Colocou-a delicadamente no bolso do seu jeans novinho, pensando em levar para casa e mostrar para sua mamãe. Virou-se para começar a correr no sentido do chalé em que ela morava, e instantaneamente uma ventania muito forte começou. Assustada, correu o mais rápido que pôde, abriu o portão de madeira e foi direto para a cozinha, onde uma mulher ruiva fazia o almoço.
— Mamãe, mamãe! Eu tava correndo pelo campo e de repente encontrei um lugar muito feio, que cheirava a morte, infelicidade e maldade!!! Quer ver, eu trouxe uma prova de que é verdade!
— Lenna, acalme-se! Parece que você vai respirar todo o ar da casa! Qual é a tralha que você achou dessa vez?
Lenna enfiou a mão no bolso, mas não encontrou nada ali. A única coisa que havia ali era uma espécie de pó muito fino.
— Helenna, quantas vezes eu já te disse pra não colocar terra nos bolsos?
— Desculpe mamãe... — A criança abaixou a cabeça e foi para seu quarto, pensando se mais uma vez realmente imaginara tudo aquilo.
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