Não deixe que morra em palavras, pois com a amnésia popular do amor, algumas letras acabam ficando para trás, e no fim o “namorada” perde o “amor” e deixa para nós somente o “nada”. Não deixe que o vento carregue o mais leve olhar apaixonado, e não deixe também que as ondas do mar carreguem nossos beijos molhados para o horizonte. Quero que permaneça nossos sentimentos colados aos nossos abraços mais apertados, eternos imutáveis.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Eternos imutáveis.
Não deixe que morra em palavras, pois com a amnésia popular do amor, algumas letras acabam ficando para trás, e no fim o “namorada” perde o “amor” e deixa para nós somente o “nada”. Não deixe que o vento carregue o mais leve olhar apaixonado, e não deixe também que as ondas do mar carreguem nossos beijos molhados para o horizonte. Quero que permaneça nossos sentimentos colados aos nossos abraços mais apertados, eternos imutáveis.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
a(mô)r
Espero que as estrelas permitam que o brilho delas que constam em seu olhar, chegue até minha alma, como sempre o faz, desde que o mundo foi criado, desde que o primeiro sorriso foi dado, desde que o amor foi inventado. Que os anos lhe deixem à vontade para escolher quem será atingido por sua ternura, como faz comigo, como te amo e te quero sempre bem. Quero que suas mãos segurem as minhas como se o mundo fosse acabar no segundo seguinte, assim como os abraços mais apertados. Feliz aniversário, Mona. Eu te amo demais.
domingo, 8 de abril de 2012
Oceano de amores
Corri desesperadamente a procura de um balde, prevendo o que estava por vir. Um rapaz (e que rapaz! Seus olhos eram mais azuis do que a imensidão) me observava, com uma expressão astuta, porém demonstrando um fio de preocupação. Lógico, tropecei em algo que passou rapidamente por meu campo de visão e acertou-me em cheio na testa. “Quero morrer.”, pensei.
— Você ta bem? – oh meu Deus, morri mesmo e agora um anjo está falando comigo! Abri os olhos e quase tive um infarto. O deus grego dos olhos azuis estava falando comigo. O que ele vira numa tonta como eu? Ou apenas estava com dó... ou quem sabe ele realmente me achara um pedaço de mau caminho. É, acho que não.
— To bem. – Joguei-lhe meu sorriso-sedutor-laçador-de-homens, mas não deu muito certo, a julgar pela careta discreta que ele fez ao receber todo o impacto de minha não-beleza.
Mais uma vez senti o desconforto em meu estômago. Corri para a beira do navio e soltei tudo o que havia almoçado mais cedo. Droga, não devia ter comido milho, alguns ficaram no meio do caminho.
— Você realmente está bem? – Como ele era atencioso, me apaixonei.
— S-sim. – O milho ainda parado na garganta me fez gaguejar, droga. – Navegar me dá enjôo.
— Mas o navio ainda está ancorado.
— Ah... – Ele também se apaixonara por mim, eu sabia! Mas agora eu tinha gosto de vômito na boca, como eu iria beijá-lo? Não precisei preocupar-me mais com isso, pois ele vinha lentamente trazendo seus lábios em minha direção, sinal de que o vômito não importava para ele e então...
— Você ta bem? – Tudo está escuro... o que aconteceu? Quem apagou a luz? Porque ele insiste em perguntar se estou bem? Ah, eu estou de olhos fechados. Senti uma dor de cabeça surgindo, e novamente o vi em minha frente.
— Hã? – foi tudo o que saiu da minha boca.
— Você tropeçou, bateu a cabeça e desmaiou... Você se sente bem?
— Sim... eu acho. – Quer dizer que ele não ia me beijar? Eu realmente quero morrer.
— Então ta bem. – Ele soltou minha cabeça com uma delicadeza inconfundível, aumentando por completo minha dor de cabeça. Aposto que quem estava no cais tinha ouvido o som da batida. Fechei os olhos novamente e permaneci ali, completando com meu sonho com o deus grego, enquanto beijava o chão.
Ao emergir da traição
— Vocês têm certeza de que o caminho é este mesmo? — Perguntou o capitão do navio às sereias.
— Lógico, conhecemos o oceano como se fosse a palma de nossas mãos. — Havia um brilho incomum no olhar da linda e sedutora Ammie, a filha do Rei dos 7 Mares.
— Içar velas, marujos! — Ordenou o capitão, ainda desconfiado, enquanto as sereias sumiam sob as águas.
O caminho até a caverna onde se encontrava o tesouro de Mart McDunham foi tranqüilo, o mar estava calmo – calmo até demais. As pequenas ondas quebravam ao bater contra o casco do navio pirata, fazendo um som maravilhoso.
Ao passar por algumas pedras, com cuidado para que não houvesse o risco de o navio afundar, avistaram uma pequena abertura por onde a água entrava de encontro com a escuridão. Os marinheiros eriçaram-se, pois em alguns minutos estariam ricos e assim poderiam comprar um navio melhor que o Sun of Rocks II.
Porém, ao entrarem na caverna, puderam ouvir o barulho de alguém respirando, como se estivesse em um sono profundo.
— Capitão, acho que há alguém ou algo aqui! — Gritou o marujo que tinha somente um olho. Mal acabou de falar e a água abriu-se logo atrás do navio, e algo emergiu de lá. A maldição estava lançada, Sun of Rocks II seria apenas mais um monte de madeira com suas ossadas a bordo, dormindo no fundo do oceano.
Jeff, o capitão, mirou a entrada da caverna mais uma vez, na esperança de encontrar alguma solução, mas o que viu foram nadadeiras no lugar dos pés de lindas moças que mergulhavam com um sorriso maldoso na face.
Pára-choque imutável
A flor que vi crescer, vi secar e vi sumir. Transformou-se em verso, em poesia, em canção de amor desacreditado. Enxergar em meio a fumaça, a água, o ar e o fogo, sentir a terra indo embora sob seus pés. Sentir o abismo engolindo a profundeza mais obscura que há em seu coração. Quem se prende ao teu sorriso, morre. Olhe para o céu e aprecie o aroma da indignação impregnando-se, prendendo-se, tomando o oxigênio para si. Sangrando todo o orgulho ferido, deixando à mostra seus sentimentos, para quem querê-los. Somente recolha as folhas do último outono, pousadas ao redor de sua residência, ao redor do teu ego.
O garoto que vi crescer, vi dormir, vi sonhar. Transformou-se em fantasmas, em lembranças, em vento que balança meus cabelos. Em punhal que me acerta o peito. Em pára-choque imutável, ultrapassando meu caminho.
Queira abandonar-me de vez.