Um dia me disseram que eu podia ser quem eu quisesse. Hoje eu tirei essa ideia a limpo. Primeiro fui um leão, somente observando o que acontecia em minha volta… Esperando o momento certo para atacar, e rugindo quando me provocavam. Depois virei estrela. Longe, longe… deixando-me ser observada e admirada pelo meu brilho, mesmo já estando morta. Por fim virei saudade, agarrando-me, abraçando-me em ti. Acho que estou me transformando em amor…
quinta-feira, 14 de março de 2013
Um dia me disseram que eu podia ser quem eu quisesse. Hoje eu tirei essa ideia a limpo. Primeiro fui um leão, somente observando o que acontecia em minha volta… Esperando o momento certo para atacar, e rugindo quando me provocavam. Depois virei estrela. Longe, longe… deixando-me ser observada e admirada pelo meu brilho, mesmo já estando morta. Por fim virei saudade, agarrando-me, abraçando-me em ti. Acho que estou me transformando em amor…
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Alice no País das Não-Maravilhas
Por Jéssica Dias
Flores jogavam
suas delicadas pétalas para longe, a favor do vento, enquanto seu cheiro ainda
impregnava o ar de primavera. Os animais ainda corriam pelos campos,
desesperadamente atraídos pelo aroma de fruta doce. As águas seguiam seu curso
naturalmente, levando embora qualquer impureza que pudesse murchar o fim desta
estação. Mas Alice, ah, Alice... esta deitava-se despreocupadamente no gramado
ainda úmido pelo orvalho, morcegando sob o suave sol da manha, observando
atentamente cada formiga que, com grande esforço, levava uma folhinha para seu
aconchego. A doce menina tirou de sua pequena bolsa um livro, cujos boatos
diziam que ele revelava cada maravilha existente em seu país. A capa já estava
meio surrada, algumas pessoas já o haviam folheado calmamente, outras nem tão
calmamente assim, o que fez com que umas páginas se soltassem parcialmente, mas
nada que impedisse a garota ter uma boa leitura.
Quem
sabe o que eu estou tentando explicar, já conhece o sabor que tais palavras ali
escritas têm, mas para que não faz ideia do que estou falando, irei explicar.
Mesmo quem sabe e duvidaç do seu próprio pensamento, irás comprovar de que
realmente tudo não passa de um sonho, porém, é nos sonhos que vivemos nossos
mais profundos desejos, desejos em forma de sonhos que queríamos que fossem
reais.
Os
pequenos olhos negros de Alice examinaram cada pedaço visível do livro, já
imaginando o que iria encontrar pela frente. Seus dedos delicados tocaram a
capa com muita calma, fazendo com que cada pelo de seu corpo arrepiasse-se de
uma maneira que a fez delirar. Mal podia
conter em si tanta ansiedade, e num momento inesperado, abriu
sorrateiramente o livro, exibindo logo a apresentação. Como qualquer pessoa que
está se mordendo de curiosidade, Alice pulou imediatamente para a página onde
dizia “Capítulo um”. Assim o fazendo, começou a lê-lo, com a ambição de uma
garota com sede de sabedoria e louca para saber de tais maravilhas. Pensava
consigo mesma se talvez era possível adquirir estas para ela mesma, quem sabe
para passar um dia de inverno sob o cobertor, ou um dia de verão em companhia
na sorveteria. Seus pensamentos rondavam em torno e exclusivamente do dito cujo
de páginas levemente amareladas.
Quando
o sol alcançava muito perto de meio-dia, Alice finalmente encontrou o “Fim” em
seu pequeno devaneio. Sua emoção era tanta que mal podia conter-se em
experimentar as suas maravilhas, para
que de uma vez pudesse acordar deste sonho. Ao fechar o livro novamente, o
mesmo encontrava-se novamente preparado e vitalizado para poder revelar seus
mais misteriosos segredos para o próximo disposto a encontrar a alegria no
mundo dos sonhos. Sonhos de palavras. A menina fechou os olhos e recapitulou
cada palavra que havia aprendido e decorado, montando um vocabulário
conveniente para não passar vergonha na frente de suas adoráveis maravilhas. Levantou-se
de repente e sentiu o vento na cara, sentiu a sombra das nuvens e sentiu a
felicidade dos pássaros. Podia muito bem voltar para casa a tempo do almoço,
mas se não conhecesse naquele dia mesmo o tal país das maravilhas, iria ter um
treco.
Caminhava
atentamente em busca de qualquer coelho que pudesse vir a cruzar seu caminho,
prestando atenção para não perder um movimento qualquer que ocorresse em sua
caminhada. Após suas pernas começarem a adormecer e não obteve nenhum resultado
instantâneo em seus desejos momentâneos, prestou atenção ao que diziam os
ponteiros de seu relógio de pulso, presente de seu pai no ultimo aniversario,
há algumas semanas, pois ele dizia que ela deveria saber lidar com o tempo, que
passa depressa e a gente não vê. Os ponteiros lhe diziam que ela estava
muitíssimo atrasada, mais do que o tal coelho, por isso não estava o
encontrando – ele já devia estar lá no país.
A
garota desacelerou os passos, desanimada, pois sem o animal jamais conseguiria
encontrar a entrada para a realização de seu mais novo sonho. Andava devagar e
cabisbaixa, já descrente de seu destino final, onde esperava encontrar a
solução para saber lidar com o tempo. Seus pequenos pés seguiam um rumo
indefinido, seguiam sozinhos, para onde quisessem ir. E levaram-na através de
flores, de espinhos e de frutos, até chegarem a um ponto onde iria acontecer o
fato. Alice desmoronou. Seus músculos contraíram-se buscando um refúgio em si
mesma, sentindo as borboletas no estomago de que finalmente conseguira o que
queria. Alice realmente havia encontrado o buraco a que deveria pertencer, mas
não era o que ela esperava. Sonhos às vezes não são o que estamos esperando. Às
vezes, sonhos podem transformar-se em pesadelos.
R.I.P
Alice – 1876-1884
Descanse em paz no seu País das Maravilhas
Alice – 1876-1884
Descanse em paz no seu País das Maravilhas
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Um amor desperdiçado, uma alma sedutora e um abraço da morte.
Um casamento conturbado pela
perda de um filho recém-nascido, uma esposa em depressão e um marido
necessitado de uma atenção que ele não recebe. Isto faz com que Odorico busque
algo a mais fora de seu relacionamento, após descobrir os encantadores olhos negros
de Olga que o seduziu no momento e que compartilharam a primeira taça de vinho
na festa da cidade, enquanto Madelaine vivia em um mundo de sonhos – e
pesadelos.
Ø
Capítulo 01
Madelaine encontra-se deitada de
camisola em sua cama, com os cabelos desgrenhados e o canto dos olhos sujos.
Enquanto o odor de sua falta de banho impregnava o quarto, ela sonhava com seu
filho. Ele vinha em sua direção e sorria para ela, de uma maneira que a fazia
sentir-se novamente viva. De mãos dadas, caminharam em silencio por um bom
tempo pelo campo, até finalmente sentarem-se sobre uma pedra e ele
sussurrar-lhe em seu ouvido:
— Continue firme mamãe, levante-se e ame a si mesma e
a teu marido. Ame antes que tudo o que reste seja o amor desperdiçado. Ame
antes que não seja mais possível amar.
Madelaine abriu os olhos, decidida a
mudar sua visão do mundo, antes que fosse tarde demais. Já tinha perdido muito
tempo, e além do tempo tinha perdido muito amor que ignorava. Saiu da cama e
foi direto para o banheiro, dar uma ducha em sua vida, limpar toda a sujeira
acumulada em sua alma. Lembrava-se vagamente de que seu marido iria a algum
lugar hoje, porém não sabia onde. Ao chegar na cozinha, percebeu o panfleto que
anunciava a festa da cidade. Era para lá que seu caminho estava traçado, em
busca de sua antiga vida de volta.
Ø
Capítulo 02
Como que de uma maneira incontrolável, as
mãos de Odorico encontravam-se em volta das cinturas de Olga, aquela linda
mulher que lhe olhava de uma maneira onde perdia-se em tentação. Era naqueles
lábios que encontrava sua tão desejada atenção, o amor que tinha perdido há
tanto tempo. Ao som da música distante, atrás de algumas árvores que ficavam ao
redor do estacionamento, os dois trocavam carícias, sedentos por um carinho e
atenção que choravam por sua falta.
Madelaine dirigia seu Caravan 77, coberto pelo pó que ali pousava sobre o tempo em que tornou-se inutilizado. Ao chegar na entrada do estacionamento percebeu o carro de seu marido, um Maverick 76 preto parado próximo a algumas árvores mais distanciadas. Estacionou seu carro ao lado do dele, e após trancar o carro, percebeu vozes e uma movimentação estranha logo atrás das árvores. Curiosa como sempre fora, decidira verificar o que estava acontecendo ali. Ao passar por entre os troncos já meio velhos, reconheceu os cabelos castanhos de seu querido marido imediatamente. Porém ele não estava sozinho. Estava envolto a uma loira de olhos mais negros que o céu da noite.
Madelaine dirigia seu Caravan 77, coberto pelo pó que ali pousava sobre o tempo em que tornou-se inutilizado. Ao chegar na entrada do estacionamento percebeu o carro de seu marido, um Maverick 76 preto parado próximo a algumas árvores mais distanciadas. Estacionou seu carro ao lado do dele, e após trancar o carro, percebeu vozes e uma movimentação estranha logo atrás das árvores. Curiosa como sempre fora, decidira verificar o que estava acontecendo ali. Ao passar por entre os troncos já meio velhos, reconheceu os cabelos castanhos de seu querido marido imediatamente. Porém ele não estava sozinho. Estava envolto a uma loira de olhos mais negros que o céu da noite.
Ø
Capítulo
03
Acobertada pela folhagem, a presença de Madelaine não fora percebida pelos dois amantes, que no momento tinham sua atenção voltada apenas um para o outro, sem perceber nada que estivesse ocorrendo em seu redor, podendo o mundo acabar e os dois morrerem aos beijos e abraços. A esposa dominada pelo ódio de ser traída, recordava-se muito bem de que seu marido guardava um calibre 38 embaixo do banco do passageiro em seu automóvel. Com os mais cuidadosos movimentos, dirigiu-se até o carro de seu esposo, para que não despertasse a suspeita de ninguém, e com esperança de que estivesse destrancado, puxou o trinco com calma. E para a sua sorte, Odorico tinha uma memória horrível, e desde os tempos de namoro vivia deixando o carro sem trancar. Não sabia como nunca tivera o veículo roubado.
Como de costume, o revólver estava o mesmo local de sempre. Retirou-o com cuidado, verificou a munição e escondeu-o na bolsa. Porém, junto com a arma, havia um pequeno frasco com um líquido dentro – na etiqueta dizia que era Clorofórmio. Madelaine sabia muito bem para quê servia, alguns anos trabalhando como enfermeira serviu-lhe para ter alguns bons conhecimentos.
Entrou em seu Caravan e retornou para casa. Recostou-se em uma poltrona meio mofada pelo tempo e ali aguardou o retorno de seu marido.
Acobertada pela folhagem, a presença de Madelaine não fora percebida pelos dois amantes, que no momento tinham sua atenção voltada apenas um para o outro, sem perceber nada que estivesse ocorrendo em seu redor, podendo o mundo acabar e os dois morrerem aos beijos e abraços. A esposa dominada pelo ódio de ser traída, recordava-se muito bem de que seu marido guardava um calibre 38 embaixo do banco do passageiro em seu automóvel. Com os mais cuidadosos movimentos, dirigiu-se até o carro de seu esposo, para que não despertasse a suspeita de ninguém, e com esperança de que estivesse destrancado, puxou o trinco com calma. E para a sua sorte, Odorico tinha uma memória horrível, e desde os tempos de namoro vivia deixando o carro sem trancar. Não sabia como nunca tivera o veículo roubado.
Como de costume, o revólver estava o mesmo local de sempre. Retirou-o com cuidado, verificou a munição e escondeu-o na bolsa. Porém, junto com a arma, havia um pequeno frasco com um líquido dentro – na etiqueta dizia que era Clorofórmio. Madelaine sabia muito bem para quê servia, alguns anos trabalhando como enfermeira serviu-lhe para ter alguns bons conhecimentos.
Entrou em seu Caravan e retornou para casa. Recostou-se em uma poltrona meio mofada pelo tempo e ali aguardou o retorno de seu marido.
Ø
Capítulo
04
Odorico abriu a porta e surpreendeu-se ao ver sua mulher fora da cama.
— Madelaine! Finalmente decidiu sair da cama!!
— Percebi o quanto eu estava perdendo, ficando apenas em meu mundo. Inclusive perdi várias coisas já, e uma delas é você.
— Querida, não diga isto, sempre estarei contigo. – Um abraço surgiu entre os dois.
Em uma das mãos de Madelaine ela segurava firmemente um pedaço de pano, molhado com o clorofórmio encontrado no Maverick. Neste abraço da morte, Madelaine colocou o pano no rosto do marido, fazendo com que ele caísse quase imediatamente.
A calma com que Madelaine manipulava a faca de cortar carnes, já um pouco enferrujada era impressionante. Teve um pouco de dificuldades para tornar-se viúva, pois a faca já não cortava a carne com tanta facilidade. Porém, mesmo de modo dificultoso, conseguiu perfurar a garganta de seu amado. Amado que tinha abandonado seu amor. E que agora abandonaria sua vida.
Odorico abriu a porta e surpreendeu-se ao ver sua mulher fora da cama.
— Madelaine! Finalmente decidiu sair da cama!!
— Percebi o quanto eu estava perdendo, ficando apenas em meu mundo. Inclusive perdi várias coisas já, e uma delas é você.
— Querida, não diga isto, sempre estarei contigo. – Um abraço surgiu entre os dois.
Em uma das mãos de Madelaine ela segurava firmemente um pedaço de pano, molhado com o clorofórmio encontrado no Maverick. Neste abraço da morte, Madelaine colocou o pano no rosto do marido, fazendo com que ele caísse quase imediatamente.
A calma com que Madelaine manipulava a faca de cortar carnes, já um pouco enferrujada era impressionante. Teve um pouco de dificuldades para tornar-se viúva, pois a faca já não cortava a carne com tanta facilidade. Porém, mesmo de modo dificultoso, conseguiu perfurar a garganta de seu amado. Amado que tinha abandonado seu amor. E que agora abandonaria sua vida.
Após
tirar-lhe o brilho da vida de seus olhos azuis, arrastou-o até o quintal no
fundo de sua casa, onde o muro era alto o suficiente para que ninguém
desconfiasse de nada. Ali cavou por 2 dias, até o buraco ter uma profundidade
suficiente que não deixasse a alma de seu falecido escapar.
Odorico
foi dado como desaparecido após a festa, sua esposa não sabia de nada, pois era
uma pobre doente e não saía mais de sua cama. Filhos não tinha – o único que
tivera morrera quando tinha apenas 5 meses de vida, vítima de uma forte
tuberculose.
Um amor desperdiçado, uma alma sedutora e um abraço da morte.
Um amor desperdiçado, uma alma sedutora e um abraço da morte.
sábado, 2 de junho de 2012
Cinza primavera
Eu fico sentada, observando o céu pela janela. Ele está tão cinza. O que há de errado? A chuva cai sem parar. O frio toma conta. A tristeza está no ar. Os carros passam por cima dos jardins, esmagando todas as flores que plantei com tanto amor. Por que as pessoas estão desesperadas? Eu, aqui dentro de minha fortaleza, continuo sem entender. Não quero me arriscar. Vai que eu também enlouqueça? Prefiro ficar quieta, olhando as fotografias de um passado recente. Com sorrisos, amigos, balões. Isso me revolta. Onde foi parar tudo isso? Num ataque de raiva, as fotografias agora se encontram rasgadas no meu colo. Continuo a olhar o céu cinza, e a chuva a cair. Será que vai demorar muito pra primavera voltar?
quinta-feira, 3 de maio de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
Eternos imutáveis.
Não deixe que morra em palavras, pois com a amnésia popular do amor, algumas letras acabam ficando para trás, e no fim o “namorada” perde o “amor” e deixa para nós somente o “nada”. Não deixe que o vento carregue o mais leve olhar apaixonado, e não deixe também que as ondas do mar carreguem nossos beijos molhados para o horizonte. Quero que permaneça nossos sentimentos colados aos nossos abraços mais apertados, eternos imutáveis.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
a(mô)r
Espero que as estrelas permitam que o brilho delas que constam em seu olhar, chegue até minha alma, como sempre o faz, desde que o mundo foi criado, desde que o primeiro sorriso foi dado, desde que o amor foi inventado. Que os anos lhe deixem à vontade para escolher quem será atingido por sua ternura, como faz comigo, como te amo e te quero sempre bem. Quero que suas mãos segurem as minhas como se o mundo fosse acabar no segundo seguinte, assim como os abraços mais apertados. Feliz aniversário, Mona. Eu te amo demais.
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